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Pastéis de feijão de Mangualde

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    Comer um pastel de feijão do Patronato de Mangualde é um prazer que faz parte do quotidiano dos Mangualdenses. Para quem vive longe esse prazer torna-se um matar de saudades.    E mesmo que não queiramos a pergunta surge na nossa mente. De onde vem esta receita? Quem a inventou? Será conventual? A pastelaria do patronato surgiu na década de trinta com o objectivo de   financiar obras de apoio social da paróquia. Neste domínio foi muito importante a acção   de D. Maria Amélia Ortiz Ribeiro que trouxe consigo o seu receituário pessoal onde, entre outros, constava a receita destes deliciosos pasteis. Até aqui nada de novo. Afirmar, com baste nesta história, que a receita é conventual é pura imaginação. Além disso Mangualde nunca teve conventos femininos, havendo apenas uma tentativa de fundar um recolhimento, que não teve sucesso. Como chegamos então à história deste doce? Recuemos a 1834. Nesta altura um decreto real extingue todos os mosteiro masculinos e femininos.

Torre de Gandufe, Mangualde

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            Dar voz às pedras, que silenciosamente vão guardando segredos de milénios, é tarefa de arqueólogos e historiadores. Há por todo o nosso concelho algumas pedras que lançam pequenos murmúrios de desespero, enquanto outras permanecem escondidas no entulho que o tempo arrastou ou, simplesmente, quietas e mudas em qualquer campo ou pinhal, resguardadas pela vegetação ou pelo próprio homem, que, alheio à sua linguagem, por elas passa indiferente.             As pedras ali permanecem, ali ficam à espera do homem. À espera que alguém lhes devolva a vida, lhes dê fala e delas faça História.             Assim fez a Câmara Municipal de Mangualde com a Torre de Gandufe. Um   conjunto de pedras, perdidas há séculos num campo agrícola de Gandufe, constituído por uma parede e um terço de outra. Comentava-se desde o tempo da monografia de Mangualde, editada nos anos 40 por Valentim da Silva, que aquelas pedras eram parte de uma casa-torre, construída algures na Idade Média. Sa

As gentes de Mangualde na transição para o século XVIII

Estamos no virar do séc. XVII para o XVIII e viajamos pelo concelho de Mangualde, na altura dividido entre os extintos concelhos de Tavares e Azurara da Beira, em plena região da Beira Alta. Terra de gente pobre que vive da agricultura e da pastorícia, que come pão de centeio, queijo de ovelha e bebe o vinho quente e doce das encostas do Dão, fazendo jus ao ditado popular pão com olhos, queijo sem olhos e vinho que salte aos olhos , num tempo, em que famosos eram os queijos do Alentejo e o vinho de Lamego . Nas terras mais fundas, que aqui se chamam lameiros, começa lentamente a produzir o milho grosso e a fazer com ele a famosa broa . Em tempos de escassez recorre ainda ao pão de cevada de que só a pobreza uza porque nem he pão de bom gosto nem de boa nutrição. Pelo decorrer do ano vai comendo castanhas secas, feijões, com certeza frutos e legumes e, algumas vezes, couves com toucinho . Falo naturalmente dos mais pobres e remediados, dos rústicos que constituíam com toda a certeza a

Dia Mundial da Poesia

EST'ÁTUA Cansei-me de tentar o teu segredo: No teu olhar sem cor, - frio escalpelo, O meu olhar quebrei, a debatê-lo, Como a onda na crista dum rochedo. Segredo dessa alma e meu degredo E minha obcessão! Para bebê-lo Fui teu lábio oscular, num pesadelo, Por noites de pavor, cheio de medo. E o meu ósculo ardente, alucinado, Esfriou sobre o mármore correcto Desse entreaberto lábio gelado... Desse lábio de mármore, discreto, Severo como um túmulo fechado, Sereno como um pelágo quieto. Poema de Camilo Pessanha publicado em 1890 num Jornal de Mangualde: O NOVO TEMPO.

O casamento do século

         O séc. XVIII começou em Mangualde com um importante casamento. Em 7 de Janeiro de 1710, Miguel Pais de Amaral, filho de Simão Pais de Amaral e de Leonarda Maria Castelo Branco recebeu-se na sua capela do Cando com D. Maria Arcangela de Castelo Branco, filha de Domingos Marques Ferrão Castelo Branco e D. Juliana Marques residentes na sua casa do Canedo do Chão, sua prima em 4º grau de consanguinidade (ADV, paroquial, cx 10, nº 2). Foram presentes  Duarte Pacheco e seus filhos, Francisco de Albuquerque e João Pais de Amaral da cidade de Viseu e outras mais pessoas . Presidiu à cerimónia um tio da noiva, o Reverendo Manuel Ferrão.        A família Pais de Amaral, ainda hoje presente na sociedade Mangualdense, era já na altura detentora  de vasto património e de grande poder económico e social, com casa senhorial bem no coração da vila. O pai do noivo, Simão Pais de Amaral, era capitão-mor de Azurara da Beira e detentor do morgado de São Bernardo, cuja capela erigira junto à casa