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Viúvas de Braga e outros doces do convento dos Remédios

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      "As freiras do Convento dos Remédios não deixaram receitas escritas dos doces que faziam. No entanto, esta doçaria conventual chegou a algumas famílias e doçarias de Braga, que lhes deu continuidade deixando na memória dos bracarenses uma deliciosa tradição. Este estudo vem, pela primeira vez, reconstituir a actividade doceira das religiosas dos Remédios, pela qual ficaram conhecidas. Com luminosos detalhes e notável rigor histórico. Um estudo imprescindível para a história da doçaria conventual e para a compreensão da abundante herança doceira dos Remédios."   Ficta editora, texto de divulgação 

Do arquivo para a mesa: Doçaria

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Conjunto de fichas de cozinha com receitas de doces do século XVII, constantes de documentos existentes no Arquivo Distrital de Braga, e com citações extraídas dos livros de gasto do Convento de Nossa Senhora dos Remédios e do Mosteiro de São Martinho de Tibães, cujos fundos também se encontram à guarda do Arquivo Distrital de Braga. No final existe ainda um pequeno glossário que esclarece algumas dúvidas sobre certas palavras. Esta edição traz essa memória para o ambiente acolhedor  da refeição, um desafio ao leitor para interpretar e usufruir dos sabores e aromas que vêm do passado. Margarida Vieira de Araújo confeccionou todo o receituário e recriou as receitas inexistentes a partir dos ingredientes referidos nos registos de despesa da época. Design Gráfico de Maria João Macedo Fotografia de Mário Brandão    

Pastéis de feijão de Mangualde

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    Comer um pastel de feijão do Patronato de Mangualde é um prazer que faz parte do quotidiano dos Mangualdenses. Para quem vive longe esse prazer torna-se um matar de saudades.    E mesmo que não queiramos a pergunta surge na nossa mente. De onde vem esta receita? Quem a inventou? Será conventual? A pastelaria do patronato surgiu na década de trinta com o objectivo de   financiar obras de apoio social da paróquia. Neste domínio foi muito importante a acção   de D. Maria Amélia Ortiz Ribeiro que trouxe consigo o seu receituário pessoal onde, entre outros, constava a receita destes deliciosos pasteis. Até aqui nada de novo. Afirmar, com baste nesta história, que a receita é conventual é pura imaginação. Além disso Mangualde nunca teve conventos femininos, havendo apenas uma tentativa de fundar um recolhimento, que não teve sucesso. Como chegamos então à história deste doce? Recuemos a 1834. Nesta altura um decreto real extingue todos os most...

Doce de abóbora porqueira

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Que Abóbora é esta? Hoje apetece-me fazer doce de abóbora. É que para além de ser utilizada para aveludar a sopa, esta variedade não serve para mais nada, a não ser para fazer doce e para… os porcos! Na Verdade era para os porcos que era cultivada, consociada com o milho e o feijão, nos lameiros mais fundos da região beirã. Quando, no final do Verão, se apanhava o feijão e cortava o milho os campos ficavam salpicados de abóboras bem amarelinhas, umas grandes outras mais pequenas, que depois se guardavam nas eiras e que, ao longo do Inverno, serviam para ir alimentando os porcos, juntando-se às couves e aos nabos que iam sendo apanhados diariamente nas hortas. Mais um pouco de farinha de milho, ou farelo, que sobrava do peneirar da farinha para o pão, tudo bem cozido numa panela de ferro e tínhamos uma boa refeição, a vianda , que ajudava a engordar o sevado, fonte de alimento anual para a maior parte das famílias beirãs. Estas abóboras tinham a particularidade, havendo terra e á...

Pão-de-ló

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Chega a Páscoa e o pão-de-ló torna-se o rei da festa. Em terras da Beira é indispensável ser acompanhado por uma fatia de queijo da serra. Ao olhar para este doce, hoje tão popular na mesa dos portugueses, vem a curiosidade de saber a sua história. Uma história que se perde no tempo. Um sabor que nos delicia há 400 anos! Mas vamos à história para depois nos sentarmos à mesa. Recuemos até ao séc. XVI e olhemos a primeira receita de pão-de-ló que se conhece. Está esplanada no livro de cozinha da Infanta D. Maria, filha de D. Manuel I, que casou com um nobre italiano levando consigo um caderno manuscrito com as receitas de família. Curiosamente esse pão-de-ló era feito com uma massa de açúcar em ponto de pedra e amêndoa cortada e pisada. Depois de tirada do lume e bem mexida, esta massa era deitada numa bacia e depois de fria cortava-se em fatias. Esta receita continua presente no receituário de Domingos Rodrigues, cozinheiro real, que, em 1680, publica o primeiro livro de c...