Manjericos dos santos populares, uma presença milenar

Um destes dias folheei um tratado árabe de agricultura do século XI, da autoria de Ibn Butlân, que me surpreendeu. Ali, com quase mil anos de distância, observei plantas que ainda hoje estão à nossa mesa. Os tremoços, as ameixas, o trigo, as cabaças, o feijão-frade (porque o outro ainda não tinha cá chegado), o grão-de-bico e tantos outros alimentos. E lá está também o manjerico, a crescer num vaso, ladeado por uma dama, que delicadamente lhe põe a mão por cima para depois o cheirar, e um homem a cheirar um raminho que tem entre as mãos. E estes gestos simples, que ainda hoje repetimos, fizeram-me viajar para as festas populares deste mês de Junho, onde o manjerico e outras ervas aromáticas andam por aí a alegrar os espíritos. A colheita das ervas aromáticas É no mês de Junho que as ervas aromáticas completam o seu crescimento, exalando o máximo do seu perfume, sendo, por isso, nesta altura que se colhem e guardam a maior parte destas plantas para consumir ao ...