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Pastéis de feijão de Mangualde

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    Comer um pastel de feijão do Patronato de Mangualde é um prazer que faz parte do quotidiano dos Mangualdenses. Para quem vive longe esse prazer torna-se um matar de saudades.    E mesmo que não queiramos a pergunta surge na nossa mente. De onde vem esta receita? Quem a inventou? Será conventual? A pastelaria do patronato surgiu na década de trinta com o objectivo de   financiar obras de apoio social da paróquia. Neste domínio foi muito importante a acção   de D. Maria Amélia Ortiz Ribeiro que trouxe consigo o seu receituário pessoal onde, entre outros, constava a receita destes deliciosos pasteis. Até aqui nada de novo. Afirmar, com baste nesta história, que a receita é conventual é pura imaginação. Além disso Mangualde nunca teve conventos femininos, havendo apenas uma tentativa de fundar um recolhimento, que não teve sucesso. Como chegamos então à história deste doce? Recuemos a 1834. Nesta altura um decreto real extingue todos os mosteiro masculinos e femininos.

Biscoitos de Páscoa

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Por altura da páscoa fazem-se na minha aldeia estes biscoitos, que acompanham muito bem uma fatia de queijo da serra. Também se faz o pão-de-ló mas os biscoitos são os reis da festa. Fazem-se em forno de lenha e os ingredientes são a trilogia habitual: farinha, ovos e açúcar. Acrescenta-se, ainda, conforme as tradições familiares, alguns aromatizantes a que facilmente se recorria. Referimo-nos ao sumo e raspa de laranja ou limão, à aguardente, ao azeite ou à canela. Batem-se os ovos com o açúcar, junta-se a farinha, aromatiza-se a gosto e está a massa pronta para ir ao forno em tabuleiros untados com manteiga. Podem cozer-se nos fornos de lenha onde o se faz o pão ou, numa versão mais actual, nos fogões de lenha que existem nas cozinhas beirãs. Constitui um doce simples, muito ao gosto popular, sem grandes voos de imaginação. Em lugar da manteiga, uma raridade por estas bandas, adiciona-se o azeite, mais comum e abundante. A aguardente, também sempre presente na dispensa, nã

A chegada das Morcelas

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O ritual da matança do porco Chega o Inverno e por toda a região, aqui e ali, faz-se a matança do porco. Uma tradição imemorial que traz sempre saudade a quem assistiu durante anos a todo este festim, que incluía o ritual da matança, propriamente dito, a lavagem das tripas no ribeiro, o almoço da matança com a degustação dos torresmos, e, pela tarde adiante, a cuidadosa e delicada  elaboração das morcelas. Nos dias seguintes vinha ainda a desmancha, o partir das carnes para as chouriças, de lombo e de bofes, o acomodar das carnes na salgadeira, a preparação dos presuntos, a confecção das panelas de banha, com uma corzinha de pimentão, a preparação do fígado, também em banha e que se conservava igualmente em panelas de barro, os vinha d’alhos, feitos num alguidar de barro, onde metiam os "coiratos" e o bucho e, finalmente, as farinheiras, feitas com as restantes carnes mais gordas e uma boa galinha da capoeira. Às vezes, com a água de cozedura das morcelas e mais umas