Pão com sardinha

Chegam os santos populares e começa o tempo da sardinha. Sim, porque é no final da Primavera, até meados do Outono, que esta adquire o máximo da sua gordura, que depois utiliza para produzir os ovócitos e espermatozoides necessários à fase reprodutiva. E a sardinha fica gorda, saborosa e a pingar no pão! As gentes do povo aprenderam a saboreá-la e a guardá-la, bem salgada, em potes de barro ou em barril, para depois se comer ao longo do Inverno. Mas de onde vem este hábito de comer sardinha? A costa portuguesa sempre foi pródiga de sardinhas e os portugueses, sobretudo os mais pobres, habituaram-se desde os tempos antigos a alimentar-se quotidianamente com este peixe bom e barato. No século XVIII dizia-se que era o peixe “que melhor sofre do sal” e que depois de salgada durava dois anos sem se deteriorar. Mas também se dizia que era muito pingue e oleosa fazendo mal ao estômago, embora se reconhecesse que era de “excelente sabor”. Estas qualidades, de sabor e apetência para uma l...