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Papas de milho no Carnaval (Quintela, Mangualde)

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Fonte: Viseu Now   Nos últimos anos tem sido notícia o consumo de papas de milho, por altura do Carnaval, na freguesia de Quintela, em Mangualde. Estranha tradição num tempo de consumo de carne, de despedida para um tempo novo – a Quaresma – que impõe 40 dias de jejum e abstinência, num apelo constante de renovação interior, onde a carne se ausenta por estar ligada a conceitos de nutrição, de conforto e de saúde.   Comida pobre   As papas de milho, embora confeccionadas com chouriça, faziam parte do cardápio da gente pobre, a que se recorria quando nada mais havia para comer. Se faltava o feijão, e mais recentemente, as batatas, recorria-se às papas de milho ou rolões . A própria chouriça que lhe era adicionada era, também, de segunda categoria. Chamam-lhe «chouriça de boche» por ser feita com os bofes do porco e outras carnes mais secundárias e ensanguentadas. Quando se ia ao moleiro moer a farinha de milho para fazer o pão, mandava-se também moer, mais grosseirament...

O Carnaval em Pinheiro de Baixo e de Cima: Domingo magro

O Domingo magro, hoje completamente esquecido, era já um dia de folia, dando-se especial relevo ao jogo da panelinha e ao jogo da bexiga. O primeiro era executado pelas moças solteiras que, dispostas em fila, percorriam as ruas da aldeia atirando, de costas para aquela que estivesse imediatamente a seguir, um cântaro ou jarra de barro. A perícia estava em nunca deixar cair a panelinha ao chão, que logo se partia. Neste caso, e para que o jogo continuasse , aquela que a partisse era obrigada a ir buscar a sua casa nova panelinha. Mas enquanto as moças se divertiam a partir os cântaros que, ao longo do ano, se iam deteriorando comas idas á fonte. Os homens jogavam á bexiga. Da matança do porco ficava a bexiga que se enchia e se punha a secar juntamente com os enchidos. Depois de bem seca guardava-se na adega até ao Carnaval. Como tinha o feitio de uma bola, os homens, dispostos em círculo, tentavam atirá-la o mais alto possível, sempre com o punho fechado. O vencedor era aquele que a...

O Carnaval em Pinheiro de Baixo e de Cima

Quem à cerca de 30 anos passou pelas aldeias do concelho de Mangualde, na época carnavalesca, viveu e assistiu a manifestações de autêntico sabor popular, com jogos tradicionais, cantares e danças de roda, mascaradas e outras brincadeiras. Toda a população saía à rua e, novos e velhos, numa comunhão de alegria, faziam desta quadra a mais alegre do ano. Todos eram actores de um espectáculo que não tinha espectadores. Praticavam-se rituais próprios que se repetiam em todas as aldeias, mas com particularidades próprias que iam variando de ladeia para aldeia. Na década de 80 tudo mudou. Começaram os carnavais-corço   atraindo   as populações que   saiam das suas localidades para irem assistir ao corço de Nelas, Canas de Senhorim, Carregal do sal, Anadia… E assim o ajuntamento deixou de existir em cada aldeia. Todos esmoreceram e o Entrudo virou memória. Mas vamos ao genuíno Entrudo da minha meninice em Pinheiro de Baixo e de Cima. Aqui a festa começava muito cedo, na quinta-f...