O Carnaval em Pinheiro de Baixo e de Cima: Domingo magro

O Domingo magro, hoje completamente esquecido, era já um dia de folia, dando-se especial relevo ao jogo da panelinha e ao jogo da bexiga.

O primeiro era executado pelas moças solteiras que, dispostas em fila, percorriam as ruas da aldeia atirando, de costas para aquela que estivesse imediatamente a seguir, um cântaro ou jarra de barro. A perícia estava em nunca deixar cair a panelinha ao chão, que logo se partia. Neste caso, e para que o jogo continuasse , aquela que a partisse era obrigada a ir buscar a sua casa nova panelinha.

Mas enquanto as moças se divertiam a partir os cântaros que, ao longo do ano, se iam deteriorando comas idas á fonte. Os homens jogavam á bexiga. Da matança do porco ficava a bexiga que se enchia e se punha a secar juntamente com os enchidos. Depois de bem seca guardava-se na adega até ao Carnaval. Como tinha o feitio de uma bola, os homens, dispostos em círculo, tentavam atirá-la o mais alto possível, sempre com o punho fechado. O vencedor era aquele que a conseguisse rebentar.

Estas sessões do jogo da bexiga faziam-se sempre de manhã e repetiam-se no domingo gordo e dia de Carnaval. O jogo da panelinha apenas se realizava na tarde de domingo magro.

Depois da ceia, velhos e novos compareciam no largo do povo e começavam então as danças de roda.

Até ao domingo seguinte a semana decorria normalmente, sendo apenas interrompida pela Quinta-feira dos compadres.

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