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De regresso às «viúvas de Braga»

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            Há uns anos atrás confrontei-me com uns cientistas que queriam reconstituir os estados do tempo antes de existirem registos oficiais. Achavam eles que os documentos guardados nos arquivos lhes davam essa informação, certa e direitinha, de modo a ser incluída numa folha excel. Ainda hoje, não deixo de sorrir quando me lembro do momento em que perceberam que os historiadores não têm essas ditas fontes para reconstituirem a realidade passada. Normalmente trabalham com restos de séries documentais que apenas dão a conhecer fragmentos dessa mesma realidade. Às vezes pouco mais é do que um espreitar atento e reflexivo, que se vai consolidando à custa de novos documentos que vão surgindo e de, claro, interpretações e teorias que o tempo pode ou não confirmar. A história, às vezes, nunca está feita. E lá se foi a tabela excel!!   Doces feitos por freiras Vem isto a propósito do livro “Viúvas de Braga e outros doces do Convento dos Remédio...

Pastéis de feijão de Mangualde

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    Comer um pastel de feijão do Patronato de Mangualde é um prazer que faz parte do quotidiano dos Mangualdenses. Para quem vive longe esse prazer torna-se um matar de saudades.    E mesmo que não queiramos a pergunta surge na nossa mente. De onde vem esta receita? Quem a inventou? Será conventual? A pastelaria do patronato surgiu na década de trinta com o objectivo de   financiar obras de apoio social da paróquia. Neste domínio foi muito importante a acção   de D. Maria Amélia Ortiz Ribeiro que trouxe consigo o seu receituário pessoal onde, entre outros, constava a receita destes deliciosos pasteis. Até aqui nada de novo. Afirmar, com baste nesta história, que a receita é conventual é pura imaginação. Além disso Mangualde nunca teve conventos femininos, havendo apenas uma tentativa de fundar um recolhimento, que não teve sucesso. Como chegamos então à história deste doce? Recuemos a 1834. Nesta altura um decreto real extingue todos os most...