O consumo de coelho ao longo dos séculos
Jovem lebre, Albrecht Dürer, 1502. O coelho é uma animal que, ao longo dos séculos, tem marcado presença nos diferentes livros de receitas, ou doméstico ou selvagem. Todavia, noutro tipo de documentação quase não damos por ele. No caso dos mosteiros, por exemplo, sabemos da existência da coelheira, das obras de conservação que aí iam sendo feitas, mas pouco da sua dimensão. Apenas numa descrição deliciosa do mosteiro de Alcobaça, que nos oferece António Maduro, se refere que, no século XVIII, aí existiam cerca de cinco a seis mil coelhos. Também está pouco presente nos foros recebidos dando-se sempre preferência aos galináceos. Nas casas particulares a sua presença é igualmente pouco notada. Em vária documentação já consultada sobre propriedades agrícolas no Norte do país, durante os séculos XVII e XVIII, apenas numa delas localizei a presença de «cortelhos que servem de gados, porcos e cuelhos». Iria Gonçalves, escrevendo sobre o Minho, diz-nos que era muito apreciado n...