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As gentes de Mangualde na transição para o século XVIII

Estamos no virar do séc. XVII para o XVIII e viajamos pelo concelho de Mangualde, na altura dividido entre os extintos concelhos de Tavares e Azurara da Beira, em plena região da Beira Alta. Terra de gente pobre que vive da agricultura e da pastorícia, que come pão de centeio, queijo de ovelha e bebe o vinho quente e doce das encostas do Dão, fazendo jus ao ditado popular pão com olhos, queijo sem olhos e vinho que salte aos olhos , num tempo, em que famosos eram os queijos do Alentejo e o vinho de Lamego . Nas terras mais fundas, que aqui se chamam lameiros, começa lentamente a produzir o milho grosso e a fazer com ele a famosa broa . Em tempos de escassez recorre ainda ao pão de cevada de que só a pobreza uza porque nem he pão de bom gosto nem de boa nutrição. Pelo decorrer do ano vai comendo castanhas secas, feijões, com certeza frutos e legumes e, algumas vezes, couves com toucinho . Falo naturalmente dos mais pobres e remediados, dos rústicos que constituíam com toda a certeza a